Vergonhoso! Proposta de reajuste dos bancos está entre as piores de 2024
Na 12ª rodada de negociações para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária, que ocorreu nesta quinta-feira (29), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou duas novas propostas de reajustes que foram recusadas pelo Comando Nacional, assim como as duas apresentadas um dia antes.
“Todas as propostas de reajustes foram rebaixadas e muito distante das reivindicações das bancárias e bancários, que exigem aumento real e que reflita os altos lucros e rendimentos do setor, que só em 2023 lucrou R$ 145 bilhões. Além disso, as propostas apresentavam reajustes separados por faixa salarial, o que divide a categoria”, destacou a coordenadora do Comando e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, sobre a tática de cansaço dos bancos. “Repor a inflação é obrigação e o aumento real decente para todos é questão de respeito aos trabalhadores do setor, numa conjuntura de ganhos elevados, crescimento econômico do país e aumento real das outras categoriais”, completou.
Segundo levantamento do Dieese, dos 9.604 setores no país que já firmaram acordos ou convenções, em 2024, apenas 12,8% foram escalonados, ou seja, por faixa salarial, como a Fenaban propôs. Além disso, mais de 85% tiveram aumento real médio de 1,54%, enquanto os bancos querem impor ganhos reais entre 0,09% e 0,23%.
“Com essa proposta que a Fenaban tentou impor, o reajuste da categoria bancária estaria entre os piores firmados neste ano. Vergonhoso para um setor do tamanho do bancário”, destacou Juvandia. “O comando deu recado claro de que não aceitará nenhuma proposta que divida a categoria por faixas salariais e que siga desvalorizando o trabalho das bancárias e bancários”, completou.
A também coordenadora do comando nacional, Neiva Ribeiro, reforçou as críticas à Fenaban, ao destacar que, com as propostas ruins apresentadas, os bancos mostram que só valorizam as altas cúpulas. “A Fenaban está tentando usar a tática do cansaço, mudando pouquíssimo os índices de reajuste a cada proposta apresentada. E insistindo em propostas de segmentação, escalonamento e fragmentação da categoria. O que já deixamos claro que não aceitaremos. Enquanto a alta cúpula é valorizada, com remuneração média de R$ 9,2 milhões por diretor executivo, para a maioria dos funcionários é imposição de perdas e aumento só de metas, pressão e adoecimento”, observou.
Próximos passos
O comando encerrou a mesa afirmando que não há trânsito algum para uma proposta que divida a categoria, porque todos merecem um reajuste decente.
As negociações serão retomadas nesta sexta (30), às 10h, em São Paulo, último dia em que os bancos terão para resolver a campanha em mesa, reforçou o comando.
Os trabalhadores também seguem cobrando a entrega de respostas sobre demais reivindicações, entre elas aumento maior nos vales, melhoria da PLR, combate à terceirização, proteção do emprego bancário, direito à desconexão, suporte aos pais e mães de filhos com deficiência e aos funcionários com deficiência.
O comando orienta a continuidade das mobilizações nas agências, escritórios e redes sociais. E assembleia segue agendada para a próxima quarta-feira (4).