Sergio Nobre: a gente não vai parar de lutar até o juro baixar
A gente não vai parar de lutar até os juros baixarem, porque com essa taxa, o Brasil para. A afirmação é do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, que convoca toda a base a participar da Jornada Nacional de Luta contra os juros altos e a Política Monetária do Banco Central, organizada de forma unitária pelas centrais sindicais e o movimento popular.
A jornada tem início nas ruas nesta sexta-feira (16), com ato no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a partir das 8h, em São Bernardo do Campo. As ações, nas ruas e redes sociais, vão até o dia 21 de junho. No dia 20, data em que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne para definir qual será a taxa de juros, hoje absurdos 13,75%.
Segundo Sérgio Nobre, estão sendo organizados manifestações em todas as cidades que têm agência do Banco Central. Os presidentes e lideranças nacionais da CUT e demais centrais sindicais estarão no ato em frente ao BC na avenida Paulista, no centro financeiro de São Paulo, a partir das 10h.
“O Brasil não suporta mais essa taxa abusiva de juros imposta por um presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto), que boicota um governo democrático por ser bolsonarista de carteirinha”, denuncia o presidente nacional da CUT, que complementa: “Campos Neto e suas taxas exorbitantes estão na contramão do mundo ao manter um índice que beira os 14%, queremos esse presidente fora do BC”.
A luta da CUT e do conjunto das centrais sindicais e do movimento popular, destaca Sérgio Nobre, “é também mobilizar a opinião pública, mostrar ao povo, de forma direta, como os juros altos impactam negativamente a vida de toda a população, poupando apenas os poucos que lucram com o rentismo”.
Para o presidente nacional da CUT, com os juros nesse patamar inacreditável, o povo não consegue comprar uma casa, uma geladeira porque, ao final das prestações, terá pago três casas, duas geladeiras por causa dos altos juros. Sem consumo, afirma, a roda da economia não gira, o país não cresce e não gera empregos, sem emprego, o povo não consome.
“É por isso que estamos em campanha permanente contra a taxa de juros desde 1º de maio e iniciamos nesta sexta-feira, 16 de junho, uma jornada nacional, que terá ações em todo o país, com os nossos sindicatos de base protestando e explicando e dando exemplos práticos ao povo, nas ruas e redes sociais, porque os juros altos prejudicam tanto a vida dos brasileiros, da classe trabalhadora e emperram o crescimento sustentável do país”, disse Sérgio Nobre. “Não vamos parar até os juros baixarem”, destaca o dirigente.
O presidente nacional da CUT afirma ainda que as críticas contra os juros altos não vêm somente do movimento sindical, pois setores do empresariado, economistas, especialistas concordam que não há motivo para a taxa não baixar, que a inflação está sob controle – o IPCA, que mede a inflação oficial é o menor em três anos. “A pressão contra a política de Campos Neto vem de todos os lados, mas ele insiste em boicotar o governo democrático de Lula”.
Até o FED (Federal Reserv Bank, o Banco Central dos Estados Unidos), lembra o dirigente, freou a taxa de juros por lá. Nesta semana, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou a perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva. A classificação positiva do país não acontecia desde 2019.
O Brasil está voltando ao rumo, só o Banco Central e boa parte da mídia política, insistem em não ver isso. “Mas a classe trabalhadora está vendo”.
Crédito imagem: Roberto Parizotti
Fonte: CUT