Pioneira na luta sindical e pela defesa dos direitos humanos, morte de Margarida Maria Alves completa 37 anos
Margarida Maria Alves é símbolo de luta e resistência. Mulher paraibana, foi uma das primeiras líderes sindicais do país, presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, onde atuou por 12 anos e brigou como só uma mulher sabe para que os trabalhadores ruais tivessem seus direitos respeitados, como carteira de trabalho assinada, férias, 13º salário e jornada de trabalho de 8 horas diárias. Há 37 anos, no dia 12 de agosto de 1983, um tiro de escopeta calibre 12 pôs fim à vida dessa mulher arretada. Ela foi alvejada no rosto, em frente a sua casa e na presença do esposo e do filho e até hoje nenhum acusado foi condenado pelo crime. Ceifaram a vida de Margarida, mas a força de sua voz ecoa até hoje, já que a sindicalista é lembrada por sua luta, garra, pela defesa dos direitos humanos e deu nome à já famosa Marcha das Margaridas, maior ação conjunta de mulheres de toda a América Latina. O patriarcado e os fazendeiros deram fim à vida de Margarida porquê ela os incomodou com sua luta por direitos, com a ajuda dos próprios trabalhadores que levavam suas mazelas ao seu conhecimento. Margarida incomodou, mas nem a bala que cravaram em seu rosto a parou, seus assassinos não contavam com sua capacidade de mudar o mundo mesmo depois de morta. Margarida, presente!