BancosDESTAQUE

Emprego bancário cai pelo 11º mês seguido


Em agosto, os bancos comerciais, os múltiplos sem carteira comercial e a Caixa, juntos, ampliaram em 313 vagas, 265 delas apenas da Caixa. Os bancos múltiplos com carteira comercial, classificação que engloba a maior parte dos bancos privados e o Banco do Brasil, por outro lado, fecharam 341 vagas. No ano, esse mesmo recorte do setor eliminou 5.516 vagas e nos últimos 12 meses apresentou resultado negativo de 5.754.

Houve mais contratação do que demissão em 18 das 27 unidades da federação, com cenário mais favorável na Bahia (115 vagas), seguida pelo Rio de Janeiro (66) e por Amazonas (35). O contrário se deu em nove estados, com destaque para São Paulo (menos 564 vagas), Minas Gerais (86) e Paraná (11). De janeiro a agosto, o número de postos fechados só em São Paulo passou dos 2,9 mil, ou 53,7% do saldo negativo de todo o país.

Idade e sexo

Em agosto, o resultado negativo se deu exclusivamente entre mulheres, com o fechamento de 187 vagas. Entre homens ocorreu a abertura de 141 vagas. A contratação de homens foi 10,7% superior à de mulheres, e os desligamentos, por outro lado, foi 7,6% maior entre elas.

Entre os profissionais com até 29 anos, registrou-se ampliação de 1.030 vagas, enquanto para as faixas etárias superiores, a movimentação foi inversa, com fechamento de 1.076 postos. A maior proporção de contratados foi entre homens de até 29 anos (29,5%), seguido de mulheres dessa mesma faixa (26,6%). As demissões foram mais acentuadas para mulheres acima de 30 anos (35,1%), seguida por homens acima de 30 anos (35,1%).

Remuneração

O salário mensal médio do bancário admitido em agosto foi de R$ 5.249, 72,78% daquele que foi desligado, que era de R$ 7.212.

Na contramão

O secretário da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale, observa que “o sistema financeiro segue na contramão do crescimento econômico, com geração de emprego, distribuição de renda e diminuição da desigualdade social, que ocorre no Brasil nos últimos meses”. Para o secretário, “ao fechar postos de trabalho de forma contínua, impondo à categoria uma insegurança social brutal, o sistema financeiro não caminha no sentido do que prega a Constituição Federal”.

Com relação aos dados da pesquisa, Walcir ressalta que “os números mostram uma tendência já conhecida, que é um sinal de alerta para a categoria, pois a eliminação de postos de trabalho tem ocorrido de maneira generalizada, em todas as áreas”. O dirigente acrescenta que “os principais bancos caminham no sentido contrário da geração de emprego e renda, com políticas de fechamento de agências, terceirização e demissão de trabalhadores, ao mesmo tempo em que apresentam balanços bilionários, com alta lucratividade, drenando para os seus cofres boa parte da riqueza socialmente produzida”. Walcir ainda questiona: “Diante dessa situação, inadmissível e que precisa ser mudada, afinal qual é o papel do sistema financeiro em nossa sociedade?”

Ramo Financeiro

No ramo financeiro, excluída a categoria bancária, em agosto houve a abertura de 2.255 postos. Nos últimos 12 meses, foram criadas 15,8 mil vagas, média de 1,3 mil por mês. As atividades que mais contrataram foram plano de saúde (869), crédito cooperativo (821) e administração de cartões de crédito (159).

Emprego geral

O Brasil apresentou expansão do emprego celetista, em agosto de 2023, de 220.844 postos, com 2.099.211 admissões e 1.878.367 demissões. O saldo foi positivo em todos os grandes grupamentos econômicos: serviços (114.439 postos), comércio (41.843), indústria (31.086), construção (28.359) e agropecuária (5.126).

Os resultados gerais do mercado de trabalho, que incorporam emprego formal e informal, no trimestre móvel de junho a agosto de 2023, a taxa de desocupação foi de 7,8%, (8,4 milhões de desempregados), a subutilização da força de trabalho foi estimada em 17,7% (20,2 milhões de pessoas) e o contingente de pessoas desalentadas passou de 3,6 milhões.

PEB é realizada pela Rede Bancários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.

loading