Campanha Nacional: trabalhadores defenderão jornada de 4 dias em reunião com Fenaban
A próxima reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para debater o tema “cláusulas sociais”, na segunda mesa de negociações, está marcada para terça, dia 2 de julho. As tratativas são parte das negociações da Campanha Nacional de 2024 para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e estão a todo vapor.
As discussões vão se concentrar na reivindicação por jornada reduzida para quatro dias da semana, mas também serão debatiodos os temas teletrabalho e segurança física e segurança digital no setor bancário.
“A categoria bancária defende a jornada de quatro dias semanais, sem a redução salarial, com a manutenção da abertura dos bancos e oferta de serviços de segunda a sexta-feira, porque isso já é possível com os avanços tecnológicos. A tecnologia não pode servir somente aos lucros dos bancos, como está acontecendo: os bancos aumentando seus lucros, ano após ano, com redução de postos de trabalho e, quando contratam, são trabalhadores terceirizados, com menos direitos”, explica a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
Um relatório feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em estudos e programas pilotos no Brasil e em outros países, liderados pela organização não governamental 4 Day Week Global, revela que a redução da jornada para quatro dias, além de proteger empregos, melhora a qualidade de vida e a produtividade dos trabalhadores, portanto, é bom também para as empresas.
“Vamos apresentar essas informações na mesa. O mundo mudou, o mercado mudou, mas as mudanças tecnológicas, sem a participação social, têm aumentado a concentração de renda e isso não é diferente num setor tão intensivo em tecnologia, como é o setor financeiro”, avalia Juvandia.
“É importante para nós, como sociedade, entender que todos nós contribuímos com os avanços da tecnologia, criando e utilizando, no trabalho e no dia a dia. Logo, nada mais justo do que o compartilhamento e democratização dos ganhos financeiros tecnológicos. E é para isso que chamamos atenção, não só para alcançar novas conquistas na CCT da categoria, mas para lançar mais luz sobre o tema, e auxiliar todos os demais trabalhadores e trabalhadoras do país. Por isso, nossa unidade na campanha é também relevante ao país”, reforçou.
Outras pautas da mesa
Os trabalhadores também levarão para mesa reivindicações sobre teletrabalho e segurança física e digital no setor bancário.
Em relação ao teletrabalho, a categoria é atualmente referência sobre o tema, depois de ter se tornado a primeira, em 2022, a conquistar 12 cláusulas que garantem a saúde e a dignidade do trabalhador no home office. No conjunto, as cláusulas abrangem direitos, ambiente doméstico, equipamentos e mobiliário adequados, respeito à jornada, auxílio financeiro para compensar o aumento de gastos em casa e prevenção a abusos e assédio. “Apesar de estas conquistas estarem em nossa CCT, os bancos ainda precisam avançar em cláusulas que contemplam os trabalhadores no home office”, explica Juvandia Moreira.