Bancári@s realizam Dia Nacional de Luta por proposta global digna para categoria
Bancári@s de todo o país atrasaram a abertura das agências em uma hora nesta quinta, dia 15, para pressionar os banqueiros a idealizarem uma proposta global digna para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, a CCT. O movimento faz parte de um Dia Nacional de Lutas organizado por Sindicatos espalhados por todo o Brasil que, juntos, reivindicam reajuste digno e aumento da PLR, além do atendimento às cláusulas de saúde física e mental.
Em Guarulhos, a diretoria do Sindicato d@s Bancári@s de Guarulhos e Região retardaram a abertura das agências Santander, Banco Mercantil, Itaú e Bradesco na rua Capitão Gabriel, oportunidade em que explicaram para bancári@s e clientes o andamento das negociações e a indiferença da Fenaban com as pautas da categoria.
Em conversa com trabalhador@s, José Luiz Ferreira Guimarães pontuou a importância da adesão da categoria às manifestações online para pressionar os banqueiros. “Atualmente, uma greve não tem o mesmo impacto que há 20 anos, tendo em vista que muitos serviços bancários são prestados pela internet, através dos aplicativos, e é aí que entra a importância da sua participação. Os bancos zelam muito pelo nome, manter a credibilidade da marca é extrema importância para eles e tudo o que não querem é ter que lidar com essa pressão na internet, se vocês não quiserem se expor, peçam para os amigos e conhecidos nos ajudarem nas manifestações, mas não deixem de participar”, explicou.
Os banqueiros têm ignorado a categoria há pelo menos dois meses, desde que a minuta de reivindicações foi entregue à Fenaban no dia 18 de junho (tempo suficiente para elaborar e apresentar uma proposta digna) os representantes se reúnem com o Comando Nacional sem nenhuma proposta, com desculpas esfarrapadas e ignorando as questões apresentadas pelo Comando Nacional, especialmente aquelas relacionadas à saúde mental d@s bancári@s.
“É claro que preferimos resolver os problemas na mesa de negociações, mas se preciso for nós estamos preparados para subir o tom dessa Campanha Nacional. É um desrespeito registrar lucros tão altos e ao mesmo tempo alegar que a concorrência preocupa, sempre ventilando a possibilidade de precarizar os ganhos. Nós não aceitaremos, hoje nós atrasamos a abertura das agências, mas se for necessários nós fecharemos em uma próxima oportunidade”, concluiu o presidente do Sindicato, Adjackson Morais.
Reivindicações da categoria por tema
Cláusulas econômicas
– Aumento salarial acima da inflação (reposição da inflação, pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%).
– Melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Dieese alerta que os percentuais de distribuição da PLR dos bancos caíram ao longo dos últimos anos, mesmo após reajustes, introdução da parcela adicional e mudanças de parâmetros dos cálculos de distribuição. Além disso, a distribuição da participação nos lucros não vem acompanhando o crescimento dos lucros no setor, ficando, na maioria dos bancos, abaixo do teto de 15% previsto na CCT.
– Aumento nas demais verbas, incluindo VA/VR, auxílio babá e auxílio creche.
Cláusulas sociais
– Igualdade de oportunidades e igualdade salarial, entre gênero e raça.
– Mais mulheres no setor de Tecnologia da Informação (TI) dos bancos.
– Olhar especial para bancárias e bancários transexuais, dada a vulnerabilidade social desse grupo com menor expectativa de vida no país, por conta da violência e preconceito que também dificultam o acesso e permanência no mercado de trabalho.
– Combate ao assédio moral e sexual.
Saúde
– Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes, para que tenham garantia de ambiente de trabalho adaptado e condições de ascensão profissional.
– Direito à desconexão.
– Combate à gestão por metas abusivas e que impacta na saúde e nas condições de trabalho.
E ainda
– Garantia de emprego e dos direitos conquistados.
– Fim das terceirizações.
– Jornada de quatro dias.
– Ampliação do teletrabalho.
– Retorno da homologação nos sindicatos, para que as entidades possam acompanhar de perto todo o processo, e garantir direitos dos desligados.
– Qualificação e requalificação profissional, sobretudo diante da revolução tecnológica.
– Indenização adicional em caso de demissão.
– Garantias para mães e pais de PCDs, quando necessitarem acompanhar filhos nos atendimentos médicos e educacionais.
– Segurança nos ambientes físicos e digitais do sistema financeiro.