Bancários cobram proposta de cláusulas econômicas
O Comando Nacional dos Bancários obteve avanços para as propostas de teletrabalho e de combate ao assédio sexual na negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) desta quinta-feira (18) e cobrou melhorias na proposta contra as metas abusivas e o assédio moral, além de uma resposta definitiva para o índice de aumento para os salários, vales alimentação e refeição (VA e VR) e também para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). “Realizamos hoje a 11ª reunião de nossa campanha nacional e os bancos ainda não trouxeram uma proposta de aumento dos salários e demais verbas econômicas, tampouco para a ajuda de custo para as bancárias e bancários que cumprem suas tarefas em teletrabalho”, informou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional. “É importante avançarmos nos temas de combate ao assédio sexual e do assédio moral, assim como no teletrabalho, mas queremos também avançar no aumento real. Os bancários e bancárias estão pagando por um custo de vida alto, com a volta da inflação, está tudo muito caro!” completou.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP), Ivone Silva, que coordena o Comando Nacional dos Bancários juntamente com a presidenta da Contraf-CUT, ressaltou que os canais de denúncias de assédio mantidos pelos bancos nem sempre são seguros. “Existem diversos exemplos que mostram a fragilidade da segurança dos canais mantidos por alguns bancos. É preciso que haja a participação das entidades sindicais para garantir segurança e que as denúncias sejam efetivamente apuradas, além da manutenção do sigilo da identidade da denunciante. Precisamos avançar neste sentido para que as vítimas não sejam discriminadas e coagidas e se sintam seguras para fazerem as denúncias”, disse.
Avanços
Os bancos vão analisar as propostas do Comando sobre o combate ao assédio sexual e também sobre o teletrabalho e apresentará uma nova redação sobre os temas, mas disse que ainda não conseguiu avançar no debate sobre a ajuda de custo.
Outro avanço foi sobre o combate ao assédio moral. Para os bancos, o assédio é uma questão de comportamento de alguns gestores e vão ampliar a orientação para coibir tal conduta. Também aceitam criar uma comissão para debater sobre o estabelecimento de metas.
“É certo que os bancos aceitarem debater sobre metas é um avanço, mas temos que tomar cuidado para que a responsabilidade não recaia somente sobre os gestores. Temos que analisar com cuidado para saber se eles também não estão sendo pressionados pela política de metas da instituição e repassam esta pressão para seus subordinados”, observou a secretária-geral do Seeb/SP, Neiva Maria dos Santos.
O que mais precisa avançar
Além dos avanços já mencionados, os bancos precisam definir melhor as propostas para permitir que as entidades sindicais possam se reunir e ter acesso aos trabalhadores que exerçam suas funções em teletrabalho.
Outro ponto que precisa ficar claro na proposta é com relação ao desconto de vale-transporte, que deve ser calculado apenas sobre os dias trabalhados presencialmente e não sobre todo o salário.
Outro ponto que os bancos ficaram de analisar é com relação ao prazo de mudança da modalidade de teletrabalho para o presencial, que deve ser expandido para quem cumpre sua jornada em localidades fora da sede de sua lotação, como em outros estados e até países.
Mobilização nacional
Sindicatos de bancários realizam, nesta sexta-feira (19), mobilizações em todo o país para reivindicar a resposta dos bancos sobre as reivindicações de aumento real de salários (INPC + 5%), aumento maior para os vales refeição e alimentação e maior participação nos lucros e resultados dos bancos, que já chegou a ser de 14%, em média, e atualmente está em 6,6%, em média.
“O lucro dos bancos cresce ano após ano. Eles podem atender todas as nossas reivindicações”, disse Juvandia ressaltando que a inflação voltou a assolar nosso país e que a categoria precisa ter aumento real (acima da inflação) e aumento ainda maior para o VA e para o VR