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Marcha das Margaridas é marcada pela defesa da democracia e volta da reforma agrária

As expectativas foram superadas e mais de 150 mil mulheres, de diversos movimentos sociais de todo o país, invadiram o Planalto Central nos dois dias da Marcha das Margaridas, que terminou nesta quarta-feira, 16, com uma caminhada até o Congresso Nacional, onde foram recebidas pelo presidente Lula e ministros do governo.

 

Organizada a cada quatro anos, desde 2000, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), a marcha constrói, periodicamente, uma pauta para construção de políticas públicas que, neste ano, foi entregue ao poder Executivo em julho. E, hoje, o governo Lula apresentou as seguintes medidas em resposta às reivindicações das margaridas:

 

• Até 2026, a entrega de 90 mil Quintais Produtivos das Mulheres Rurais em todo o Brasil, programa de promoção da segurança alimentar e nutricional e da autonomia econômica;

 

• Retomada da Reforma Agrária com prioridade para as mulheres rurais – oito novos assentamentos, 5.711 novas famílias assentadas e 40 mil famílias regularizadas;

 

• Programa Nacional de Cidadania e Bem Viver para Mulheres Rurais – que garante acesso à documentação, à titulação conjunta da terra e ao território às mulheres, para que possam viver com dignidade, tendo assegurados seus direitos civis, políticos e sociais;

 

 

• Lavanderias Coletivas – projeto piloto com a instalação de nove unidades em assentamentos em três estados do Nordeste (Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará); 

 

• Criação da Comissão Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo (CNEVC);

 

• Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios – decreto tem como objetivo prevenir todas as formas de discriminações, misoginia e violências de gênero contra as mulheres por meio de ações intersetoriais;

 

• Bolsa Verde – decreto retoma o Programa de Apoio à Conservação Ambiental que prevê um pagamento a famílias inseridas em áreas a serem protegidas ambientalmente e que se enquadrem em situação de baixa renda. Antes, o pagamento por família era de R$ 300. Agora passa a ser de R$ 600;

 

• Participação Social – decreto institui a Comissão Nacional dos Trabalhadores Empregados Rurais;

 

Ao ler o conjunto de propostas apresentadas hoje, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, destacou que, por oito anos, nenhuma família foi assentada no Brasil, “por um acordo no Tribunal de Contas, que trancou os programas de reforma agrária”, e que foi revertido no judiciário, este ano, pela atuação do governo Lula.

 

Diretoras do Seeb Guarulhos e Região representam categoria na Marcha das Margaridas

 

A terça-feira, 15, o primeiro dia dos atos, foi marcada por uma série de ações em defesa da democracia, com palestras, rodas de conversa, oficinas e feiras.

 

“Margarida Maria Alves, que é símbolo de luta e resistência e que nomeou este importante evento, nos inspira a nos reunirmos pela defesa da democracia, pela defesa dos direitos das mulheres e contra a violência de gênero”, pontuou Sara Cristina Lee, coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sindicato.

 

“Vocês vieram de longe, de muitos lugares deste Brasil profundo, trazendo a alma profunda das mulheres do Brasil. Mas tem uma razão para nós estarmos aqui: porque fomos capazes de colocar no seu devido lugar aquele que afrontou a nossa democracia. Porque sem democracia não há como marchar. Sem democracia o que fazem é tentar nos calar”, destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva.

 

“Essa chegada de vocês à Brasília, mais uma vez, representa essa retomada do diálogo da população, da sociedade civil, com o governo brasileiro”, observou a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a primeira mulher indígena ministra, em 500 anos de história do Brasil.

 

“Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver” foi o lema deste ano do evento que é considerado uma das maiores mobilizações de rua do mundo.

 

Com informações da Contraf-CUT 

 

Confira abaixo a galeria de fotos do evento:

 

 

 

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