Manifestantes vão às ruas em todo o país contra a PL do aborto

Milhares de manifestantes se concentraram em frente ao Museu de Arte de São Paulo, na avenida Paulista neste domingo, 23 de junho, para protestar contra o Projeto de Lei 1904, conhecido como PL do aborto/estupro. As atividades, organizadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) foram realizadas em diversas capitais de todo o país e em São Paulo contou com a participação d@s diretor@s Gláucia Fantini Iano e Renato Fantini, representando o Sindicato.

 

O motivo para tamanha mobilização nacional é que o projeto equipara o aborto legal em caso de estupro a homicídio quando realizado acima das 22 semanas de gestação, aumentando de dez para 20 a pena máxima para quem se submeter ao procedimento, ou seja, uma pena maior que a do próprio estuprador, isso sem questionar a morosidade do sistema para que o aborto possa ser realizado nas primeiras semanas e a situação de milhares de crianças abusadas no seio familiar e que, muitas vezes, descobrem a gravidez tarde demais.

 

Em apenas 23 segundos, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) considerou a urgência do PL e o aprovou em votação simbólica, sem registro de voto de cada parlamentar e sem dar espaço para o debate e manifestações contrárias.

 

A notícia não foi bem recebida pela sociedade e Lira acabou recuando, abrindo a possibilidade para mudanças no texto do projeto, equiparando às penas de homicídio simples apenas para casos em que o aborto não é permitido por lei.

 

A legislação atual permite que a interrupção de uma gravidez seja feita legalmente em três ocasiões: estupro, risco de morte à mulher e anencefalia do feto. 

“É inadmissível que, em pleno século XXI, estejamos discutindo uma PL que penaliza ainda mais as vítimas de violência sexual. Nossa luta é para garantir que todas as mulheres tenham acesso a cuidados de saúde adequados e apoio necessário para reconstruir suas vidas após um trauma tão devastador.”, concluiu Gláucia Iano Fantini, diretora do Sindicato.