Campanha Nacional dos Bancários 2024DESTAQUE

Sindicato percorre principais agências de Itaquaquecetuba para divulgar 3ª mesa de negociações entre Comando e Fenaban: “Igualdade de Oportunidades”

A Campanha Salarial 2024 tem ganhado corpo e avançado em pautas importantes, a exemplo do tema da 3ª mesa de negociações que debateu nesta quinta, 11 de julho,  o tema “Igualdade de Oportunidades”, que apresentou a pauta d@s trabalhador@s pelo fim da disparidade salarial entre gêneros e,  também entre pessoas prestas e brancas, além do combate ao preconceito, inclusão de pessoas com deficiência (PCDs), negros, negras, LGBTQIAP, com condições igualitárias nos processos de ascensão dentro das empresas.


Para compartilhar a atualização da Campanha, divulgar o calendário de negociações e levar o debate também para a categoria, diretor@s do Sindicato d@s Bancári@s de Guarulhos e Região visitaram agências na região Central de Itaquaquecetuba e falaram sobre as distorções que afetam o mercado de trabalho bancário. 

 

“É nossa missão lutar pela promoção de um ambiente inclusivo e combater, com muito rigor, o preconceito e a discriminação sofridos pelas minorias. Estamos, através do Comando Nacional, colocando nossas reivindicações na mesa e exigindo inclusão e acesso ao emprego, todas essas questões vão muito além de uma meta a ser alcançada, são valores fundamentais que devem guiar nossas ações dentro e fora das agências bancárias”, pontuou Adjackson Morais, presidente do Sindicato.

Negociações

Com 23 anos, a mesa temática de Igualdade de Oportunidades foi pioneira em discutir o assunto, mas apesar dos esforços diários, as desigualdades no setor persistem, por isso a importância em colocar as reivindicações na mesa com dados que corroboram os argumentos do movimento Sindical, a exemplo das diferenças salariais e menos oportunidades de promoção para mulheres, negr@s e pessoas com deficiência. 

Foram discutidos então a lei de igualdade salarial, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023; a admissão de mais mulheres no setor de tecnologia da informação, assédio sexual, a adesão do programa empresa cidadã por todos os bancos, para que todas as bancárias tenham direito à licença-maternidade estendida de 180 dias; a elaboração de um novo Censo Diversidade e a elaboração de uma política voltada para inclusão de pessoas LGBTQIAP+.

 

Os representantes da Fenaban afirmaram ter sensibilidade em relação ao tema, e ficaram de apresentar respostas a algumas das reivindicações nas próximas mesas.

 

Tamanho das distorções

Relatório do Dieese, elaborado com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que as mulheres bancárias ganham em média 20% menos que os homens bancários. O mesmo trabalho aponta que as mulheres negras bancárias têm remuneração média 36% inferior à remuneração média dos homens brancos que são bancários.

A média de remuneração na categoria bancária é R$ 11.573. A partir do recorte racial, o Dieese mostra que, homens brancos estão no topo, com remuneração média de R$ 12.884, seguidos das mulheres brancas (R$ 10.176), dos homens negros (R$ 10.166) e mulheres negras (R$ 8.265).

“Para que as mulheres negras bancárias recebam a mesma remuneração que os homens brancos bancários, elas teriam que trabalhar um mês de 47 dias, ou seja, 19 dias a mais. Outra forma de entender isso é dizer que o ano da bancária negra precisaria de mais 7 meses para que a igualdade salarial fosse estabelecida”, explicou a economista do Dieese, Rosângela Vieira.

Uma das explicações para esse quadro é a menor participação das mulheres negras em cargos de liderança. “Enquanto os homens brancos respondem por 39% dos cargos de liderança, as mulheres negras respondem por apenas 10% dos cargos de liderança”, observou Rosângela.

Considerando todos os cargos da categoria bancária, os homens representam 52,2% e as mulheres 47,8% do total de trabalhadores. Ao analisar o recorte racial, as mulheres negras (pretas e pardas) representam 11,7% da categoria, as orientais 1,3% e as indígenas apenas 0,1%.

PCDs e LGBTs

Também com base na RAIS, o relatório do Dieese apontou que a proporção de trabalhadores com deficiência contratados representa apenas 4% da categoria.

Em relação às trabalhadoras e trabalhadores que fazem parte da comunidade LGBT, não existem dados atualizados e não é possível o levantamento a partir da RAIS. O último levantamento a respeito foi realizado pela Febraban em 2014, quando cerca de 15% da categoria havia informado, na época, que não se identificava como heterossexual.

Manter e ampliar conquistas

Juvandia lembrou que a categoria bancária é a única que possui uma mesa permanente dedicada ao tema Igualdade de Oportunidades. “São muitos os avanços que conquistamos desde o estabelecimento desta mesa, mas precisamos nos manter unidos para manter cláusulas e avançar em novos direitos, sobretudo na igualdade salarial”, completou.

A seguir, as conquistas ligadas à igualdade de oportunidades obtidas pelas bancárias e bancários na CCT:

2000 – Criação da mesa de Igualdade de Oportunidade nas negociações com os bancos;

2002 – A inclusão da cláusula Igualdade de Oportunidade na CCT;
2008 – Conquista do primeiro Censo da Diversidade;
2009 – Licença-maternidade de 180 dias e extensão dos parceiros do mesmo sexo nos planos de saúde;
2010 – Inclusão da cláusula que criou o programa de combate ao assédio moral;
2012 – Conquista do 2º Censo da Diversidade;
2016 – Licença-paternidade de 20 dias;
2017 – Reconhecimento do direito de uso do nome social no crachá e nos sistemas dos bancos;
2018 – 3º Censo da Diversidade;
2020 – Programa de prevenção à violência doméstica e familiar contra bancárias, incluindo a criação de canais de acolhimento, orientação e auxílio às mulheres em situação de violência doméstica e familiar;
2022 – Cláusula que estabelece programa de combate ao assédio sexual nos bancos.

Galeria de fotos da atividade realizada em Itaquaquecetuba:

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